segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Desolação

Na frente da minha janela
tinha uma cortina tão bela
de árvores feita.
Embora não sendo perfeita,
era uma mancha tão verde
que mais parecia uma parede.
Eucaliptos, sobreiros,
carvalhos, pinheiros
e outra vegetação;
giestas, fetos,
rosas
e flores campestres.
Uma mancha tão pequena
mas que valia bem a pena,
ocultava aquela estrada
de que eu não gosto nada,
troço desnecessário
neste nó rodoviário.
Apesar das árvores serem poucas
davam abrigo a pássaros;
pegas, gaios,
melros e poupas,
alguns insectos
e bonitas borboletas.
Mas os homens cruéis
interesseiros insensíveis,
trazem máquinas, serras
e uma grua,
num instante a mata fica nua
deixando ver a imensa rua,
o trânsito a poluição
que me faz grande aflição.
Acabou o sossego,
agora a paisagem mete medo,
cheia de pó
que faz dó,
devastada,
deixa-me destroçada.

3 comentários:

Donagata disse...

Vim por aqui dar uma espreitadela e, decididamente, gostei muito do que li.
Parabéns e ter-me-á por visita mais vezes. É certo.
Beijos

vida de vidro disse...

A humanidade é perita em estragar o ambiente em que vive.

Obrigada pela visita. Gostei muito de conhecer o seu blogue. **

Carolina disse...

Senhora poetiza... e pintora :)

parabens pelos textos, pelas pintura e pelo blog :)