segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O velho moinho

Desviaram a água
Pararam os rodízios
Calaram as mós
E o moinho emudeceu
Cerraram portas e postigo
Soltaram o silêncio
E o moinho adormeceu
Correram dias e anos
Voaram telhas
E o tecto ruiu
O enfarinhado chão
Apodreceu
A porta de cor desmaiada
Caiu
Sobraram paredes sem cal
Num amontoado de quase nada
E o moinho morreu

5 comentários:

Maria Rego disse...

São sempre lindos os teus poemas!!!

Miguel Almeida disse...

Lindo.
Uma boa semana

Arménia Baptista disse...

Obrigada, a ambos :)

Anónimo disse...

Parabéns pelo retrato da saudade do moinho que os habitantes da memória devem gravar para as novas gerações. Nessa memória, está o nosso passado estendido no presente pelas pontes que se criaram nesses espaços habitados pela exigência das regras, mas ainda, pelos afectos, onde muitas vezes não percebi onde nascia. Estranho, mas construtivo, aquela forma de viver e de educar. Por mim estou grata, apesar de tudo!
Bj
Licita

linda lourenço disse...

Amélia,Procurei um poema para acompanhar a minha fotografia,encontrei o seu,é mais lindo poema sobre o velho moinho..
Comecei o título e cheguei ao seu blog.
Convida a ver no meu blog
Não esqueci o seu nome e o link do seu poema.
Se não concordar é só me dizer.
Parabéns ,os seus trabalhos são lindos seja poemas,fotos ou pinturas. Um grande abraço

Linda