Desviaram a água
Pararam os rodízios
Calaram as mós
E o moinho emudeceu
Cerraram portas e postigo
Soltaram o silêncio
E o moinho adormeceu
Correram dias e anos
Voaram telhas
E o tecto ruiu
O enfarinhado chão
Apodreceu
A porta de cor desmaiada
Caiu
Sobraram paredes sem cal
Num amontoado de quase nada
E o moinho morreu