Do Natal na Casa do Ronco, apenas tenho na memória o seguinte:
Percorrer o pinhal, com o tio Amadeu, à procura dos sítios mais húmidos e escondidos - aqueles onde ninguém, no seu perfeito juízo se atreveria a ir; na Cova dos Carolos, na Devesa, na Pedreira do Quarteirão e na do Choupelo. Andar por entre o tojo e silvas, para apanhar o musgo mais perfeito e de vários tons de verde, cogumelos pequeninos, fetos e outras plantinhas para decorar.
O presépio ficava numa mesa da Sala de Baixo: estendia-se o musgo, umas pedras para fazer as montanhas, as plantinhas, o azevinho, a cabaninha de pauzinhos de sobreiro com cobertura de colmo e o caminho, feito com farinha do moinho lá de casa que indicava aos Reis Magos o local onde estava o Menino Jesus. No final colocavam-se as figuras.
A fogueira na lareira com um só tronco que ardia pela noite dentro.
Não me lembro do bacalhau, mas tenho bem presente o sabor das rabanadas e do leite-creme.
As brincadeiras, o jogar ao rapa - uma piasca de madeira, de quatro faces, onde estavam pintadas a lápis roxo, as letras "T" "D" "R" "P" (tira, deixa, rapa e põe), feita pelo tio Amadeu. Ele é que fazia a piasca, as regras e também arranjava maneira de ser sempre ele a ganhar e a ficar com os pinhões todos.
2 comentários:
A SIMECQ-Cultura vem desejar um Feliz Natal e um Novo Ano cheio de saúde, paz e amor.
É por estas e muitas outras histórias que a Talinha fugia sempre que podia p'rá casa da Tia Luisa. As primas tinham sempre tanto que contar...
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